Livro de Receitas

17/02/2013

A Páscoa & A Gastronomia


"Páscoa (do hebraico Pessach, significando passagem através do grego Πάσχα) é um evento religioso Cristão, normalmente considerado pelas igrejas ligadas a esta corrente religiosa como a maior e a mais importante festa da Cristandade.
Na Páscoa os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo depois da sua morte por crucificação (Sexta-Feira Santa) que teria ocorrido nesta época do ano em 30 ou 33 dC.
A Páscoa pode cair numa data entre 22 de Março e 25 de Abril. O termo pode referir-se também ao período do ano canónico que dura cerca de dois meses, desde o domingo de Páscoa até ao Pentecostes.


(Foto da Net)



Tradições pagãs na Páscoa
Na Páscoa, é comum a prática de pintar ovos cozidos, decorando-os com desenhos e formas abstractas; em grande parte dos países ainda é um costume comum, embora que em outros, os ovos tenham sido substituídos por ovos de chocolate. No entanto, o costume não é citado na Bíblia e portanto, este é uma alusão a antigos rituais pagãos. A primavera, lebres e ovos pintados com runas eram os símbolos da fertilidade e renovação associados a deusa nórdica Gefjun.
A lebre (e não o coelho) era o símbolo de Gefjun. Suas sacerdotisas eram ditas capazes de prever o futuro observando as entranhas de uma lebre sacrificada. Claro que a versão “coelhinho da Páscoa  que trazes p´ra mim?” é bem mais comercialmente interessante do que “Lebre de Eostre, o que suas entranhas trazem de sorte para mim?” a versão original desta rima. A lebre de Eostre pode ser vista na Lua cheia e, portanto, era naturalmente associada à Lua e às deusas lunares da fertilidade. Seus cultos pagãos foram absorvidos e misturados pelas comemorações judaico-cristãs, dando início a Páscoa comemorado na maior parte do mundo contemporâneo."

in Wikipédia


HISTÓRIA DOS OVOS

Foto M.L.C / 2013


O Domingo de Páscoa é a ressurreição simbolizada pelo ovo, significando o nascimento – a nova vida.
A tradição de oferecer ovos vem da China.
No domingo de Páscoa, ao abrir o seu ovo, lembre-se que a paciência chinesa é responsável por essa tradição.
Há vários séculos os orientais preocupavam-se em embrulhar os ovos naturais com cascas de cebola e cozinhavam-nos com beterraba.
Ao retirá-los do fogo, ficavam com desenhos mosqueados na casca. Os ovos eram dados de presente na Festa da Primavera.

Foto M.L.C / 2013


O costume chegou ao Egipto. Assim como os chineses, os egípcios distribuíam os ovos no início da nova estação.
Depois da morte de Jesus Cristo, os Cristãos consagraram esse hábito como lembrança da ressurreição e no século XVIII a Igreja adoptou-o oficialmente, como símbolo da Páscoa. Desde então, trocam-se os ovos enfeitados no domingo após a Semana Santa.
Há duas versões para explicar a substituição de ovos naturais pelos de chocolate. Uma delas conta que a Igreja proibia, durante a Quaresma, a alimentação que incluísse ovos, carne e derivados de leite. Mas essa versão é contraditória, pois na Idade Média era comum a bênção de ovos durante a missa antes de entregá-los aos fiéis.
A hipótese mais provável é o início do desenvolvimento da indústria de chocolate, por volta de 1828.

·         Ovo de Páscoa

(Foto da Net)

O Ovo de Páscoa pode ser um chocolate em formato de ovo, geralmente oco e recheado com bombons ou prémios. Costuma ser envolto por cambiantes papéis laminados, e distribuído como presente aos amigos e crianças nas festividades da Páscoa Cristã.

Origem
Os ovos de chocolate ou ovos de Páscoa são uma tradição milenar relacionada ao Cristianismo. Costumava-se pintar um ovo oco de galinha de cores bem alegres, pois a Páscoa é uma data festiva que comemora a ressurreição de Jesus Cristo, sendo o ovo um símbolo de nascimento. Outros povos como os gregos e os egípcios também coloriam ovos de galinha ocos, porém em datas diferentes.
O ovo é símbolo bastante antigo, anterior ao Cristianismo, que representa a fertilidade e a renascimento da vida. Muitos séculos antes do nascimento de Cristo, a troca de ovos no Equinócio da Primavera (21 de Março) era um costume que celebrava o fim do Inverno e o início de uma estação marcada pelo florescimento da natureza. Para obterem uma boa colheita, os agricultores enterravam ovos nas terras de cultivo.
Quando a Páscoa Cristã começou a ser celebrada, a cultura pagã de festejo da Primavera foi integrada na Semana Santa. Os Cristãos passaram a ver no ovo um símbolo da ressurreição de Cristo.

Colorir e decorar ovos é um costume também bastante antigo, praticado no Oriente. Nos países da Europa de Leste, os ortodoxos tornaram-se grandes especialistas em transformar ovos em obras de arte. Da Rússia à Grécia, os ortodoxos costumam pintar os ovos de vermelho. Já na Alemanha, a cor dominante é o verde. A tradição é tão forte que a Quinta-feira Santa é conhecida por Quinta-feira Verde. Na Bulgária, em vez de se esconder os ovos, luta-se com eles na mão; há verdadeiras batalhas campais - toda a gente tem de carregar um ovo e quem conseguir a proeza de o manter intacto até ao fim será o mais bem-sucedido da família até à próxima Páscoa.
(Foto da Net)

Das tradições da Europa Oriental, o hábito passou aos demais países. Eduardo I de Inglaterra oferecia ovos banhados em ouro aos súbditos preferidos. Luís XIV de França mandava-os, pintados e decorados, como presentes. Isso iniciou a moda de fazê-los artificiais, de madeira, porcelana e metal, contendo alegres surpresas aos presenteados. O seu sucessor, Luís XV, presenteou sua amante 33 anos mais jovem, Madame du Barry, com um enorme ovo, o qual continha uma estátua do Cupido. Essas tradições inspiraram também Peter Carl Fabergé na criação dos famosos e valiosos Ovos Fabergé. Os ovos de chocolate vieram dos pasteleiros franceses que recheavam ovos de galinha, depois de esvaziados de clara e gema, com chocolate e os pintavam por fora. Os pais costumavam esconder ovos nos jardins para que as crianças os encontrassem na época da Páscoa. Com melhores tecnologias, a partir do final do século XIX, difundiram-se os ovos totalmente feitos de chocolate, utilizados até hoje.
in Wikipédia



DATA DA PÁSCOA

Para os Cristãos a Páscoa representa a data da Ressurreição de Cristo e que é uma continuação da homenagem em memória à saída dos judeus do Egipto. Assim, o dia da Páscoa é o primeiro domingo depois da Lua Cheia que ocorre no dia ou depois de 21 Março. Entretanto, a data da Lua Cheia não é a real, mas ocorre após ou no equinócio da primavera boreal, adoptado como sendo 21 de Março (Concílio de Nicéia 325 d. C.). A quarta-feira de Cinzas ocorre 46 dias antes da Páscoa e portanto a terça-feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa.





GASTRONOMIA PASCAL

  • Ovos de Páscoa

·        Amêndoas de Páscoa 

(Foto da Net)

     São um dos doces mais consumidos na Páscoa em Portugal. São geralmente formadas por uma amêndoa coberta de açúcar ou chocolate, embora haja muitas variantes. Antes de ser desenvolvida a produção de açúcar era usual terem uma cobertura de mel.
A troca de presentes que ocorre nalgumas regiões (frequentemente de um padrinho para um afilhado) é também denominada de "dar as amêndoas", sendo acompanhada de um saco de amêndoas.

·         Colomba Pascal

Colomba Pascal 
(Foto da Net)

A Colomba é um adereço alimentar muito presente na Páscoa. Uma lenda conta que o rei lombardo Albuíno, raivoso com os problemas da guerra, com a resistência militar na cidade de Pavia, se acalmou e desistiu de sua vingança depois de ganhar de um padeiro de Pavia um doce em forma de pomba, preconizando a paz. Seu sabor é suave e seu preparo é delicado. Seu gosto se diferencia do Panetone, um pão de receita semelhante, natalino, pelo uso mais acentuado de cascas de laranja cristalizadas, que substituem as uvas passas de seu irmão. Sua receita contém mais manteiga e ovos e pode receber cobertura de glacé, amêndoas ou ainda chocolate aromatizado, apresentando decorações requintadas.

Colomba Pascal 
(Foto da Net)



Muitas histórias estão ligadas aos símbolos da Páscoa, entre elas, a colomba pascal. Ao norte da Itália, em Lombardia, vilarejo de Pavia, houve uma invasão local do exército de Albuíno, o rei dos Lombardos. Um confeiteiro do local resolveu preparar um presente para o invasor. Criou um bolo diferente, preparado com ricos ingredientes e assado no formato da pomba da paz. Quando recebeu o presente, o invasor ficou encantado com o sabor do bolo e a sensível ideia e decidiu poupar o vilarejo do ataque. O bolo simboliza a vinda do Espírito Santo.
A pomba ou colomba pascal, um pão doce e enfeitado com a forma de ave, é um símbolo cristão. A forma de pomba era utilizada muito frequentemente nos antigos sacrários onde se reservava a Eucaristia. O símbolo eucarístico se converteu logo no pão doce que costuma ser compartilhado, em alguns países europeus - especialmente na Itália - no café da manhã de Páscoa e da "Pasquetta" - a segunda-feira de Páscoa.


·         Folar de Páscoa

Folar de Chaves 
(Foto da Net)


O folar é tradicionalmente o pão da Páscoa em Portugal, confeccionado na base da água, sal, ovos e farinha de trigo. A forma, o conteúdo e a confecção varia conforme as regiões de Portugal e vai desde o salgado ao doce, nas mais diversas formas. Nalgumas receitas é encimado por um ovo cozido com casca.

Particularmente no nordeste da região de Trás-os-Montes, em Chaves e Valpaços, o chamado folar de Chaves é confeccionado à base de massa de pão, lêveda e fofa, sendo recheado com carne de porco e de vitela, presunto, salpicão, linguiça, lombinhos de coelho, de cabrito ou de frango, entre outros ingredientes possíveis. Na sua confecção, são ainda usados ovos, banha e azeite.

·         Mona de Páscoa

Mona de Páscoa
(Foto da Net)

A Mona de Páscoa é um alimento típico da Espanha, principalmente das regiões de Aragão, Valência, Catalunha e de certas regiões de Múrcia. É uma torta da Páscoa cuja degustação simboliza que a Quaresma e suas abstinências se acabaram.


13/02/2013

CONTACTOS



Contactos para eventuais encomendas, com entrega no destino desde que na zona do Grande Porto e em quantidade que o justifique.
Preço especial para revenda, desde que o volume da encomenda o justifique.
Encomendas para a Páscoa 2013 (31/03) serão entregues até 27/03 - agradecemos encomendas atempadas...
Esclarecimentos adicionais por email ou telefone.

Breve História da Doçaria em Portugal


"Segundo certos autores, já os nossos antepassados Lusitanos teriam, de certa forma, procedido à confecção de doces.
Decerto que, nesses longínquos tempos, a variedade não seria muita nem as preocupações em relação à sua estética ou beleza tão pouco importantes, tanto mais que a base da sua confecção eram produtos como a farinha de bolota e o mel, além do leite de cabra; uma vez que produtos como o açúcar ou farinha de cereais ou eram desconhecidos ou não abundavam na Península Ibérica…

Com a chegada dos Romanos e o seu estabelecimento na Península, começaram a implantar-se os seus usos e costumes junto dos nativos, e com eles chegaram também produtos até então desconhecidos na região. Além disso, começou-se a assistir à criação de doces, devido ao género de vida urbana implantado junto das populações autóctones da Península aquando das invasões de vários povos vindos do Norte da Europa.

(foto tirada da Net)

Desde a queda do Império Romano, as populações que restavam das grandes cidades passaram a confeccionar doces por ocasião de grandes festividades. Apenas nos Mosteiros, devido à sua função de unidades de produção e centros culturais, havia a possibilidade (talvez por haver aí quem os soubesse fazer, e por também aí existirem os géneros necessários para o efeito - desde matéria-prima a registos de antigas receitas), de ir passando as velhas receitas que, no tempo do esplendor das grandes cidades, haviam sido populares.



Contudo, a conquista da Península pelos Mouros possibilitou o desenvolvimento da agricultura e do comércio, tendo assim sido introduzido o cultivo e refinação do açúcar nas zonas costeiras do Mediterrâneo e a laranjeira, o limoeiro e a amendoeira a sul do Tejo - talvez fosse esse um dos factores que justifica até hoje a Doçaria Algarvia, pois persistem receitas que remontam a um tempo muito antigo.

(foto tirada da Net)

Além disso, o desenvolvimento da produção da cana do açúcar a partir da ilha da Madeira (século XV) e posteriormente também do Brasil (século XVI), possibilitaram a generalização do emprego deste produto na Pastelaria Portuguesa. No entanto, a gente rural só raramente incluía doces nas suas refeições, continuando a reservá-los para festas ou ocasiões especiais, quer por não haver nem tempo nem know-how para a sua confecção, quer por não haver possibilidade de adquirir açúcar e o mel ser escasso.



Mas, a partir do século XVI, graças às grandes indústrias açúcareiras da Madeira, Açores, Cabo Verde, S. Tomé e Brasil, o preço do açúcar caiu tanto - devido à abundância do produto e das grandes possibilidades advindas da ligação das grandes rotas marítimas - que o seu consumo se foi generalizando a todos os círculos sociais, pela Europa. Todavia, os conventos continuaram a ser, até meados do século XIX, os principais centros de confecção de pastelaria em Portugal.



Após as convulsões sociais e políticas desta época, resultou um lento e gradual aumento do nível de vida das populações, o que fez com que algumas famílias se especializassem na confecção de determinados doces, passados de geração em geração, mantidos em segredo pelos familiares (em certos casos eram receitas de comunidades que as geriam do mesmo modo que uma família). Então, por um lado surgiam doces regionais, e por outro dava-se a renovação da confecção e surge a venda de doces em ruas e praças, e porta-a-porta…



Assim, quase ao mesmo tempo que a produção do pão se industrializava nas cidades e vilas, paralelamente acontecia a industrialização da Pastelaria, já que nas padarias se confeccionavam e vendiam diferentes tipos de bolos secos. Posteriormente, a Pastelaria industrial é ainda mais incrementada com a moda citadina dos estabelecimentos hoteleiros e similares: por um lado os hotéis, restaurantes e salões de chá, e por outro, cafés, leitarias e pastelarias; pode-se pois afirmar que o desenvolvimento da Pastelaria Portuguesa está directamente ligado ao desenvolvimento do Turismo e da Hotelaria em geral, da interdependência entre eles, necessária para a apresentação de algo que chamasse visitantes a determinada região."

(Texto adaptado de original do Pasteleiro Cláudio Monteiro)